Moçambique passa a controlar em Janeiro de 2024, quantidades, preços e tipos de minérios
A multinacional francesa
SGS inicia em Janeiro de 2023, o processo de controlo das quantidades, preços e
especificações dos minérios extraídos e exportados de Moçambique.
"O Governo estava a perder muito dinheiro
porque, antes desta decisão, as empresas é que declaravam a especificações e os
preços que os mineiros estão a ser vendidos no mercado internacional. Por
exemplo, as areias pesadas têm várias especificações e, dentro das composições,
era a de menor custo que eles declaravam nas exportações", explicou
João Macaringue, Coordenador-Adjunto do Gabinete de Reformas Económicas no Ministério
de Economia e Finanças.
A contratação da SGS
resultou de um concurso público aberto pelo executivo moçambicano, no âmbito do
pacote de medidas de aceleração económica adoptadas em agosto de 2022 para
promover a estabilidade económica e estimular o desenvolvimento de sectores
produtivos.
"Se um mineral custava 50 dólares aqui, lá
fora podia custar 250 ou 300 dólares. Isso era uma prática rotineira e fazia
com que o país perdesse muito dinheiro", acrescentou João Macaringue.
A SGS tem um contrato de
três anos com as autoridades moçambicanas e o arranque das operações está
previsto para finais de Janeiro do ano 2024, aguardando-se pelo visto do
Tribunal Administrativo.
"A empresa vai fazer aquilo que chamamos de
classificação dos minerais e fazer a sua definição de especificidade, tomando
em conta os preços de referência internacionais", apontou Macaringue.
Com a medida, prosseguiu
o Coordenador-Adjunto do Gabinete de Reformas Económicas no Ministério de
Economia e Finanças, as mais de seis empresas de exploração de grafite, areias
pesadas e carvão em grandes volumes vão ser alvo de inspecções.
"A grande certeza que o governo tem é que o
país vai fazer a recuperação de grande parte do dinheiro que o país está a
perder", acrescentou Macaringue.
Além desta medida, no sector de exploração dos recursos minerais, entre as 20 medidas de aceleração económica adoptadas pelo executivo moçambicano, passa a ser obrigatório que 10% das receitas fiquem no local da exploração do recurso mineral.
"Estas medidas já estavam em vigor, mas a
percentagem definida era de 2,75% somente para o distrito onde o recurso
mineral saiu. Neste momento, ampliou-se para 10%, dos quais 2,75% para o local
onde o minério é extraído e 7,25% para a província no seu todo",
concluiu João Macaringue. (Fonte: RM)
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