Estado encaixa um bilião em dividendos

 

O Estado vai encaixar, este ano, cerca de um bilião de meticais de dividendos resultantes do desempenho da empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM).
No exercício económico e financeiro de 2020, a empresa CFM gerou resultados líquidos superiores a 5,2 biliões de meticais, valores considerados positivos, mesmo tendo em conta o impacto da Covid-19 que condicionou a actividade empresarial no país e no mundo. No entanto, contribuíram de alguma forma para a geração do resultado em referência a retoma, pelos CFM, da gestão do Porto de Nacala, a partir de Janeiro do mesmo ano, depois de ter sido concessionado à CDN, e ao desempenho positivo do Terminal de Petróleos do Porto da Beira, sobretudo no manuseamento de combustível em trânsito para alguns países do interland da região austral de África.
Fonte dos CFM referiu que do montante obtido no exercício de 2020, cerca de 10 por cento, ou seja, 522 milhões de meticais, serão reservados ao fundo social, outros 67 por cento, o equivalente a 3,5 mil milhões, para investimentos.
Entretanto, nos dados contidos nas demonstrações financeiras referentes ao ano económico de 2020, tornados públicos recentemente, a companhia ferro-portuária destaca que, no cumprimento dos objectivos do seu Plano Estratégico (2018-2020), foram desembolsados cerca de 202,1 milhões de dólares (cerca de 15 biliões de meticais), com o propósito de incrementar o tráfego ferroviário, bem como o aumento dos níveis de eficácia e eficiência no manuseamento portuário de mercadorias nos terminais sob gestão da empresa.
Nos investimentos de grande vulto, destaque vai para a aquisição do material circulante (10 locomotivas, 390 vagões), equipamento portuário (2 rebocadores, 1 lancha, 2 loco tractores) bem como a manutenção em infra-estruturas ferro-portuárias (dragagem do canal de acesso ao porto da Beira, reforço ao sistema de sinalização ferroviária, reabilitação de pontes e estações ferroviárias, entre outros).
Dos investimentos realizados foi possível incrementar o nível de produção e tráfego ferroviário para cerca de 16,8 milhões de toneladas líquidas em 2020, contra 19,4 previstos no plano estratégico, o que corresponde a 87 por cento do cumprimento dos objectivos ou metas previstas.
“O exercício económico de 2020 foi caracterizado por uma contração da actividade económica mundial e nacional, em particular, devido aos efeitos da Covid-19 que impactou na redução do tráfego ferroviário em 18 por cento e o portuário em 9 por cento; a depreciação do metical face às principais moedas de transacções; desastres naturais e ciclones que afectaram as infra-estruturas ferro-portuárias”, sustenta o relatório da empresa.
Contudo, o Sistema Ferroviário global transportou no ano passado cerca de 16.791, 0mil toneladas líquidas, contra cerca de 20.577,0 mil transportadas em 2019, representando uma redução em torno de 18 por cento e um nível de execução de 72 por cento em relação ao planificado.
Segundo o CFM, o desempenho do sistema ferroviário foi afectado, o ano passado, fundamentalmente, pelo impacto da Covid-19 a nível global, e particularmente o “lockdown” nos principais corredores ferroviários do Sul e Centro (África do Sul, Eswatini e Zimbabwe).

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