Maputo acolhe debate sobre Desafios e Oportunidades de Investimentos em Infraestruturas de Desenvolvimento
A Cidade de Maputo acolheu
no dia 16 de Maio de 2024, o segundo dia da Conferência Anual do Sector
Privado, CASP, organizada pela CTA reunindo especialistas e autoridades
governamentais para discutir os "Desafios
e Oportunidades de Investimentos e Negócios em Ambiente das Medidas de
Aceleração Económica". Numa das sessões do dia 15 de Maio de 2024, o
painel 7, teve como oradores Carlos Mesquita e Sófia Santos, Ministro das Obras
Publicas, Habitação e Recursos Hídricos e representante da Green City and
Infrastructure Program, respectivamente.
Neste painel que também
contou com a presença de Bento Machaila, do Pelouro de Construcao Civil e
imobiliário na CTA, Ricardo Cunhaque, Presidente do Conselho empresarial de
Sofala e Weiyi Wang representante do Banco mundial, debateu-se sobre as
Tendências, Inovações e Desafios de Sustentabilidade do Sector Imobiliário e
Infraestruturas para Resiliência Climática, tendo sido apresentados dois
desafios prioritários que Moçambique enfrenta no contexto de desenvolvimento
sustentável e gestão de recursos.
O primeiro desafio é a
gestão do crescimento migratório para os centros urbanos, onde o fluxo
migratório para as áreas urbanas, se bem gerido, pode estimular investimentos e
melhorar os padrões de vida. No entanto, “a
falta de planeamento adequado pode agravar problemas como poluição, expansão
urbana desordenada, violação das posturas urbanas, congestionamento, aumento da
desigualdade e pressão sobre recursos como água e solo urbano. É essencial
aplicar princípios de economia circular para reduzir e valorizar resíduos e
desenvolver novas centralidades, seguindo exemplos de países como Malawi e
Brasil”.
O segundo desafio é o
aumento da capacidade de gestão de recursos hídricos. E para dotar o país de
uma gestão eficaz dos recursos hídricos, são necessários cerca de USD 4,5
bilhões para projectos específicos como as barragens de Moamba Major, Mapai,
Lócumuè e Mugeba, sendo para tal “fundamental
reforçar a capacidade de gestão de recursos hídricos partilhados, investir em
barragens e práticas que permitam a recarga de aquíferos e aumentar a
capacidade de armazenamento de água para garantir o abastecimento para a
população e os sectores econômicos”.
O governo moçambicano
reafirmou seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a mitigação dos
efeitos das mudanças climáticas, destacando metas ambiciosas até 2030. No
sub-sector do abastecimento de água e saneamento, o objectivo é assegurar o
acesso universal e seguro à água potável e ao saneamento, enquanto no
sub-sector dos recursos hídricos, o governo pretende aumentar a capacidade de
armazenamento de água de 58,6 para 76,62 mil milhões de m³ para controlar
cheias e mitigar secas.
Para o também Ministro
das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, enfatizou a
necessidade de acções coordenadas e sustentáveis para enfrentar os desafios do
crescimento urbano e das mudanças climáticas. Destacou a importância de
intensificar a fiscalização para evitar a violação das posturas urbanas e proteger
zonas de cursos naturais de água e infraestruturas.
“Precisamos melhorar a comunicação sobre os impactos climáticos e
adoptar indicadores tangíveis e relevantes para governos e comunidades locais”,
afirmou Mesquita. Ele também ressaltou a necessidade de revisar os códigos de
construção para adequá-los às condições actuais e garantir que os investimentos
sejam à prova de clima.
A conferência reforçou a importância das parcerias público-privadas. Incentivar o sector privado a colaborar em projetos de infraestrutura sustentável, habitação adequada e serviços básicos de qualidade é crucial para o avanço dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A conferência destacou a necessidade de um esforço conjunto entre o governo, o sector privado e a sociedade civil para promover um desenvolvimento econômico sustentável e resiliente em Moçambique.
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