Filipe Nyusi quer reformar sistema judiciário



O candidato da Frelimo reuniu-se ontem com acadêmicos de diversas instituições de ensino superior para apresentar o seu manifesto eleitoral. No entanto escolheu elaborar sobre a boa governação, justiça e corrupção. O candidato começou por fazer a resenha da situação política e econômica do país e principalmente como encontrou o país e como hoje está. Apontou a crise financeira decorrente de fenómenos económicos exógenos, mas também das dívidas ocultas e o esforço empreendido pelo seu governo para reconquistar a confiança dos parceiros internacionais. Mas também os desastres naturais e o conflito militar. Mas mesmo assim regozija-se pelo facto do seu Governo ter conseguido manter o país sem convulsões.

Para o próximo quinquênio, se for a vencer as eleições quer levar a cabo uma ampla reforma do sector judicial. Quer transformar o Conselho Constitucional em Tribunal, quer reformar os códigos civil, penal e administrativo bem como o estatuto dos magistrados com vista a melhorar as suas condições de trabalho e de remuneração. A forma como são indicados os titulares dos órgãos de administração da justiça, o financiamento à justiça, o sistema de custas judiciais entre outros aspectos. O objectivo é tornar a justiça célere, eficaz e eficiente.

Os mecanismos extrajudiciais para a resolução de conflitos deverão ganhar relevância na reforma proposta, nomeadamente a mediação, arbitragem e conciliação, bem como a revisão da lei dos Tribunais Comunitários. Filipe Nyusi exemplificou que nas comunidades quando alguém rouba um cabrito a comunidade junta-se, julga o caso e quando o ladrão é condenado a devolver, se não tiver recorre a seus familiares para encontrar a solução ou mandaram-no trabalhar na machamba do ofendido por três ou mais dias. Mas na justiça formal leva tempo, porque tem que se instaurar o processo, uma das partes pode não comparecer ao tribunal, ou pode recorrer, pagar caução. Tudo isso faz com que um processo que podia ser célere, fica lento e gera frustração nas comunidades. Por isso há que adequar a justiça que actualmente inspira-se no sistema da potência colonizadora e que está desajustado à realidade e forma de resolver problemas nas comunidades nacionais.

A corrupção é para continuar a combater. Nyusi diz que há entendimento de que os casos tendem a subir, mas tal deve-se aos esforços de combater o mal feito pela sua administração. Citou o exemplo da malária que se não for diagnosticada pode chegar-se à conclusão de que não há malária, mas quando as pessoas forem submetidas a testes médicos pode se apanhar malária. O mesmo se aplica à corrupção. E compromete-se a continuar a combatê-la vigorosa. E desafiou e sociedade a também empenhar-se no mesmo sentido porque onde há corrupto há também corruptor.

Ainda ontem o candidato da Frelimo orientou um comício popular no bairro de Magoanine onde fez o resumo do manifesto da Frelimo e do que encontrou no périplo pelo país desde o dia 1 de Setembro, data em que iniciou a campanha eleitoral

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Vicente Joaquim inaugura “Mártires de Mbuzine”

Maleiane defende reflexão sobre cibersegurança na abertura da Moztech

Cidade de Maputo conta com novo comandante da PRM