País defende plano de acção contra mudanças climáticas na UA

 

Moçambique defende a criação de um programa de acção da União Africana virado ao combate às mudanças climáticas, à luz do acordo de Paris que é a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre o fenómeno.
O facto foi avançado ontem pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, intervindo, a partir de Maputo, na reunião do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, que decorreu de forma virtual devido à pandemia da Covid-19.
Para o Chefe do Estado, há evidências suficientes de que as mudanças climáticas, cujos efeitos atingem mais as nações pobres como as de África, são reflexo da exploração desenfreada dos recursos naturais. 
Na mesma sessão, Filipe Nyusi lembrou que o país vai acolher, dentro em breve, um centro regional de assistência humanitária às vítimas dos efeitos de mudanças climáticas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
De acordo com a explicação do Presidente Nyusi, que é actualmente presidente em exercício da SADC, não obstante se entender que a melhor abordagem, face aos efeitos das mudanças climáticas seja a prevenção, o centro nasce para ajudar a região a mitigar o sofrimento da população que, não raras vezes, se vê obrigada a deslocar-se de um ponto para o outro devido a fenómenos como inundações, secas, entre outros.   
O centro estará localizado concretamente na cidade de Nacala, província de Nampula, região estratégica para a SADC, dada a existência de um porto de águas profundas, aeroporto internacional, corredor ferroviário, entre outras infra-estruturas.
O presidente do Conselho de Paz e Segurança da UA neste mês de Março, o estadista queniano Uhuru Kenyatta, defendeu uma acção continental mais enérgica contra as mudanças climáticas, chegando mesmo a propor soluções africanos aos problemas locais.
Deixou claro que as mudanças no comportamento do clima, que se manifestam pela irregularidade das chuvas e estiagem, multiplicidade de ciclones, entre outras anomalias, exigem uma gestão sustentável dos recursos naturais e estão por detrás de muitos conflitos no continente e desastres humanitários.
Convidou os países do continente a desdobrar-se na mitigação das mudanças climáticas como meio de devolver a paz e segurança conducentes ao desenvolvimento económico de África.
Por sua vez, o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, afirmou que as alterações climáticas se configuram como a principal ameaça ao desenvolvimento, na medida em que a seca e as pragas destroem culturas agrícolas e afectam a pecuária.
Disse igualmente que geram conflitos entre pastores e agricultores, tornando o ambiente propenso ao terrorismo.
Advogou a partilha de experiências entre os Estados-membros, como forma de redução dos impactos e a concertação de uma posição continental comum para a cimeira anual das Nações Unidas sobre mudanças climáticas.
Fonte: JOSÉ CHISSANO

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