A Costa carece de mais projectos de resiliência face as mudanças climáticas

 

A incidência cada vez maior de perigos relacionados com as mudanças climáticas e altos níveis de exposição e vulnerabilidade da costa moçambicana torna imperiosa a aplicação de esforços concretos para aumentar a sua resiliência.
É que o país tem sido, ciclicamente, assolado por eventos extremos, com o mar como epicentro e impacto na zona costeira.
Falando ontem na reunião sobre o projecto de Resiliência Costeira às Mudanças Climáticas (CRCC), a Ministra do Mar, Águas Interiores e Pesca, Augusta Maíta, salientou que ao abordar a crescente vulnerabilidade aos impactos dos desastres naturais, incluindo as resultantes da crescente pressão populacional, a iniciativa pretende contribuir para a mudança dos padrões de consumo e tendências de crescimento económico insustentáveis.
O CRCC, que vai no seu quinto e último ano de implementação, já produziu resultados a nível local, passíveis de serem replicados noutras áreas costeiras do país para travar a vulnerabilidade das suas comunidades.
A iniciativa está focada na melhoria das capacidades de adaptação de homens e mulheres das comunidades costeiras, autoridades locais e nacionais para trabalhar em conjunto na gestão sustentável dos recursos naturais. Na fase-piloto abrange os distritos costeiros de Memba, em Nampula, Dondo, em Sofala e Inhassoro, Inhambane.
“Trata-se de uma acção inovadora e integrada pela sua abordagem baseada em ecossistemas, direitos e equidade de género, assim como pelo seu alinhamento com as prioridades, políticas e estratégias nacionais de desenvolvimento sustentável”, disse Augusta Maíta.
A título de exemplo, a titular do pelouro fez referência à entrega de embarcações aos pescadores de Dondo, integrados em associações que trabalham na restauração do mangal e a criação de estufas com capacidade para 60 mil mudas de plantas.
Em Inhassoro, adianta, foi possível identificar actividades alternativas, como a produção de hortícolas, através da agricultura de conservação, com a abertura de furos de água, criação de estufas de casuarinas para o combate à erosão costeira entre outras acções. Em Memba, foram realizados estudos específicos sobre o polvo capturado diante do aumento da procura deste recurso nos últimos anos.
O parceiro estratégico do Ministério do Mar, Águas Interiores e Pesca na protecção dos oceanos é a Suécia, país europeu rodeado por oceanos e com larga experiência e tradição de lidar com o mar.
A embaixadora da Suécia em Maputo, Mette Sunnergren, lembrou que Moçambique possui uma vasta e longa costa marítima e extensa área do Oceano Índico que requerem uma gestão integrada para alcançar com sucesso as metas do Objectivo de Desenvolvimento Número 14, da Agenda 2030.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Vereador no Distrito Municipal KaMavota, escala o Bairro Hulene "A"

OJM no Distrito kaMpfumu organiza brigadas de assistência aos conselhos de círculo

OJM promove campeonato de futebol