Moçambique quer depender menos de exportações de matérias-primas

 

O Ministro moçambicano da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, defendeu esta quarta-feira, 23 de Junho, que o país deve deixar de ser um exportador de produtos primários e passar a vender produtos transformados, através de uma aposta na industrialização da economia.
"Temos o desafio de quebrar o paradigma assente na exportação de matérias-primas, passando a exportador de produtos transformados", afirmou Mesquita.
O ministro falava sobre o tema "Domesticação da Estratégica e Roteiro de Industrialização da SADC", inserido no primeiro fórum de negócios da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que se realiza na capital moçambicana, desde terça-feira (22).
A aposta na industrialização, prosseguiu, vai permitir que os produtos brutos sejam transformados em Moçambique e exportados a preços competitivos, gerando mais-valias para o país.
"Dou o exemplo de grafite. Temos muita grafite em Moçambique, que é a matéria-prima para a produção de lápis, mas é todo exportado em bruto, porque o país não produz lápis, voltando Moçambique a comprar o seu grafite já em forma de lápis", apontou o ministro da Indústria e Comércio.
Mesquita apontou alguns aspectos que considera fundamentais para a industrialização do país: o fortalecimento da capacidade produtiva do tecido empresarial nacional, a formação de mão-de-obra com competências para trabalhar em indústrias, a criação de um ambiente fiscal favorável e o estabelecimento de ligações entre o sector de extracção de matérias-primas e a área da transformação.
"Temos todos os elementos para promover a industrialização de Moçambique, desde que sejam ultrapassados os desafios que se colocam ao salto que o país deve dar", afirmou.
De acordo com o ministro, a disponibilidade de recursos energéticos, minerais e florestais, bem como o potencial agrícola e pesqueiro dão bases a Moçambique para embarcar no processo de transformação da economia.
"Queremos que o valor adicionado aos produtos e bens acabados fique em Moçambique", enfatizou.
O ministro apontou que a recente abertura no país de uma fábrica que produz cimento e a respectiva matéria-prima - o clínquer - e a consequente redução de preço no mercado doméstico mostra que o desenvolvimento de uma indústria transformadora local não é uma utopia.

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