Comissão técnica da SADC avalia dimensão da ameaça para apoiar no combate ao terrorismo

 

Uma comissão técnica da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) chega ao país até ao dia 15 de Abril para avaliar a dimensão da ameaça terrorista que o país enfrenta, de modo a determinar o tipo de apoio a ser prestado para erradicar o fenómeno, que assola a província de Cabo Delgado desde 2017.
A medida faz parte de uma das deliberações da cimeira extraordinária da Dupla Troika da organização regional, que teve lugar ontem em Maputo, sob direcção do Presidente da República e em exercício da SADC, Filipe Nyusi.
Este grupo de trabalho deverá elaborar e apresentar, na próxima sessão extraordinária da Dupla Troika da SADC, a realizar-se nos dias 28 e 29 de Abril corrente, em Maputo, um relatório operacional que vai determinar os mecanismos de intervenção ou assistência que se podem prestar ao país para fazer face ao terrorismo.
Intervindo na ocasião, Filipe Nyusi disse que ao ajudar Moçambique a erradicar o fenómeno, a SADC contribui para a protecção dos seus cidadãos e o alcance dos objectivos colectivos nos diferentes domínios.
Afirmou que o combate ao terrorismo, com potencial de desestabilizar toda a região austral, exige dos líderes políticos a tomada de medidas colectivas para prevenir novos ataques.
“Há que estabelecer um controlo rigoroso nas fronteiras, melhorar a cooperação policial e judicial para detectar e perseguir suspeitos e encontrar formas capazes de impedir o financiamento ao terrorismo, contrariar a radicalização”, indicou.
Segundo ele, trata-se de cidadãos locais que se juntam a pessoas de outros países, usando falsas identidades para moverem acções de terrorismo, o que demonstra a importância na partilha de informações entre os Estados.
Nyusi enfatizou que a organização deve implementar acções práticas para combater o flagelo do terrorismo a fim de impedir a sua “expansão e desestabilização da região”.
“Precisamos de reforçar a prevenção, protecção, perseguição e a capacidade de resposta a estas acções que podem travar o processo de integração regional”, disse Nyusi.
Na apresentação do comunicado final da sessão, a secretária executiva da SADC, Stergomena Lawrence Tax, afirmou que, entre outras coisas, a cimeira manifestou solidariedade total com o Governo e o povo moçambicano, reafirmando o compromisso contínuo da organização de contribuir para os esforços em prol do alcance de uma paz e segurança duradoiras, bem como de reconciliação e desenvolvimento de Moçambique.
Na abertura do encontro, o presidente do órgão de Política de Defesa e Segurança da SADC e Chefe de Estado do Botswana, Mokgweetsi Masisi, defendeu uma resposta colectiva contra os ataques terroristas no Norte de Moçambique.
“Os ataques terroristas no Norte de Moçambique são uma ameaça a toda a região da África Austral e, por isso, precisamos de uma resposta colectiva”, declarou Masisi.
Para além da delegação moçambicana, chefiada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, o evento contou com a participação dos estadistas do Botswana, Mokgweetsi Masisi; da África do Sul, Cyril Ramaphosa; do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa; do Malawi, Lazarus Chakwera; e do presidente do Governo da região Autónoma de Zanzibar, Hussein Ali Mwinyi, em representação da estadista tanzaniana, Samia Suluhu; bem como da secretária executiva da SADC, Stergomena Tax.

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