Filipe Nyusi manifesta interesse no contínuo apoio da Argélia
No
seguimento da sua visita de trabalho de âmbito bilateral à Argélia, o
Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, manifestou no dia 04 de Março de 2024, o interesse de
Moçambique em continuar a contar com a experiência daquela República Argelina
Democrática e Popular, a nível local e no Magrebe, na prevenção e combate ao
terrorismo e extremismo violentos, tal como o fizera no então, aquando da luta
de libertação nacional do jugo colonial.
O estadista
manifestou este interesse no encontro que manteve com o homólogo argelino,
Abdelmadjid Tebboune, quando avaliavam a cooperação no âmbito da formação de
quadros moçambicanos na Arte e Ciências Militares, numa ocasião em que
abordaram outros assuntos de interesse dos dois países.
“A história
de Moçambique independentemente tem a sua génese neste país que hoje visitamos.
Por isso aqui estamos, mais uma vez, para reiterar a nossa homenagem e eterna
gratidão. Da Argélia saíram mulheres e homens moçambicanos cujo saber adquirido
nesta terra foi replicado nos campos de treino, contribuindo de forma decisiva
para, na linha da frente, acelerar o derrube do colonialismo que nos oprimia”,
disse o Presidente Nyusi, em declarações conjuntas à imprensa, momento que se
seguiu às conversações oficiais entre Moçambique e Argelia, dirigidas pelos
dois governantes.
O Presodente
Nyusi sublinhou que firmavam-se, assim, laços de sangue, de irmandade e
solidariedade consolidados nos mais nobres ideais que fecundaram a histórica
revolução para a liberdade de um povo oprimido, a liberdade dos moçambicanos.
A cooperação
mútua desenvolve-se na base do Acordo Geral de Cooperação entre os dois
Governos assinado a 11 de Dezembro de 1985, em Argel, aquando da visita do
primeiro Presidente de Mocambique independente, Samora Moisés Machel.
“Estamos
aqui para melhorar este cenário e resgatar o sonho dos líderes dos nossos
países, que cimentaram esta relação inquebrável. Queremos que a semente por
eles lançada germine, desenvolva-se e nos dê frutos suculentos e sirva para
todas as gerações, incluindo as vindouras”, explicou, frisando que esta é a
razão da celebração, nesta que a considera visita histórica, de acordos de
cooperação entre os dois Governos.
O Chefe de
Estado referiu-se aos instrumentos juridicos assinados na data supracitada nas áreas de
hidrocarbonetos, energia, agricultura, pesca e segurança pública e militar.
No cómputo
geral, foi denominador comum a necessidade de estabelecimento de parcerias
mutuamente vantajosas que estimulem sinergias em sectores prioritários para
ambos países, tais como económico-empresarial, promoção de investimentos
privados, transferência de tecnologias, troca de experiências e formação do
capital humano em diferentes áreas, incluindo na do petróleo e gás, por
entenderem haver “todo o potencial para os dois países juntos trabalharem no
sentido de cooperar em fórum empresarial para o mesmo fim”.
O Chefe de
Estado Moçambicano usou a ocasião como oportuna para incentivar, através do
Governo argelino, os seus empresários a investirem em Moçambique, depois de
demonstrar que existe espaços privilegiados para as empresas argelinas
participarem (de forma individual ou em parceria com as moçambicanas) na
exploração e transformação dos recursos naturais que o país possui.
As
potencialidades são imensas nos domínios de agricultura, do turismo, mas também
na área das infra-estruturas, mineração, energia e pescas.
Conjugadas
com a experiência e conhecimento científico e tecnológico que a Argélia detém,
podem tornar vibrante a nossa cooperação. É nosso interesse transformar os
nossos recursos em Moçambique para empregar mais moçambicanos e criar rendas
para as famílias”, sublinhou.
Com vista a
um futuro ainda mais vibrante da cooperacao bilateral, os dois estadistas
acordaram ainda a realização da sexta sessão da Comissão Mista, “isto porque
esta é uma oportunidade ímpar para a concertação das acções para a satisfação
dos nossos interesses colectivos”.
O Presidente
da República informou ao seu homoologo sobre o panorama geral de Mocambique,
tendo especificamernte detalhado o facto de o país estar a ser confrontado com
desafios de vária ordem, com destaque para o já referido terrorismo e
extremismo violento que assolam algumas regiões da província de Cabo Delgado,
incluindo catástrofes naturais cíclicas, como é o caso de secas e ciclones.
Terminou afirmando que no contexto da cooperação multilateral o Governo de Moçambique, sobretudo neste momento que o país é membro não-permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), numa jornada conjunta com a Argélia, continuará a concertar as suas posições ao nível da Uniao Africana, da ONU e de outros fóruns internacionais com vista a assegurar a manutenção da paz, estabilidade e prosperidade, com destaque para o continente africano. Aliás, avalia esta visita como bastante produtiva, precisa e promissora.
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